sexta-feira, 7 de junho de 2013

Oração da serenidade

Serenidade é um estado de espírito que deveria estar sempre em nossas vidas. Deveria! Mas, na prática, é algo extremamente raro! Tão raro, que existe a oração da serenidade. Nela, se faz uma súplica para se saber como agir. Nesse mundo em que, por definição, tudo é inconclusivo e nada é definitivo, a serenidade é um estado de espírito fugaz. Pois despertamos, todos os dias, para refazer tudo o que fizemos na véspera e foi desfeito, pela ação inexorável do tempo que, na definição de Machado de Assis, é "o grande rato roedor de todas as coisas". Assim, todos os dias temos roupas para lavar, alimentos para preparar, objetos a arrumar e decisões a tomar. Novos desafios, sempre. Os antigos também permanecem. E o viver vira um eterno fazer e refazer do essencial para a vida, além, é claro, da busca pela felicidade. Só que aí a coisa complica: ela não depende apenas de nós. Depende também do que ocorre conosco, de como seremos afetados pelas ações de quem convive conosco diretamente e até pelas atitudes de quem não convive conosco de forma tão próxima, mas a quem nos subordinamos, sejam por vínculos sociais, familiares, profissionais, hierárquicos ou políticos. Isso tudo, sem esquecer as consequências de fenômenos meteorológicos ou de acidentes da natureza. E o tempo vai passando, e a vida se esgotando. Pelo menos, a material, com validade determinada, embora desconhecida. E, assim, depois de tanta filosofia, me aproprio do pensamento do professor Júlio Pompeu, tão pertinente à serenidade: Devemos amar a vida pelo que ela é. Não devemos amar a vida pelo que ela não é! Aceitando, o que não puder ser modificado. E transformando, o que puder ser transformado. Simples, assim. O importante é saber a diferença entre os dois!

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