quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Madonna

O show da Madonna é um evento tonitruante. Desses que fazem a gente se repensar, também. Pois Madonna é sinônimo de transgressão e extravagância. Ela é ela mesma, muito intensa, vulcânica, alegre e autêntica. Sabe o que quer e vai fundo, com tudo. Não tem meias medidas nem meias palavras. Com ela, é tudo ou nada. Por isso, é tão adorada em todos os cantos do mundo. O povo vê nela a mulher decidida, amazona, combativa e ativa, sensual e erótica, apaixonada e apaixonante. E a voz é melodiosa e como o nome do seu show, "sticky and sweet" (grudenta e doce). Valeu, Madonna! Adorei seu show! Só espero que você volte antes de completar vinte anos de novo, pois aí, já estará com 70 anos. Mas ainda acho que mesmo com setenta, você vai estar tinindo de dinamismo e agitação!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Segredos da Noite

É um filme muito interessante, este The Night Listener, protagonizado por Robin Williams. Conta a história de um locutor de rádio que apresenta um programa noturno com bastante audiência, em que conta passagens da sua vida. E é graças a esse programa que o personagem de Robin Williams faz contato com um ouvinte que, assim como ele, também sofreu abusos sexuais na infância. O relato do garoto é tão forte que faz com que o locutor queira conhecê-lo pessoalmente. Comovido com o drama do garoto, o locutor fará de tudo para ajudá-lo a minorar seu sofrimento. Porém, o que ele não sabe é que a história não é tão simples quanto parece. Imperdível! Para mim, um dos grandes filmes da atualidade. Inspirado em fatos reais.

Ponto de interrogação

Linda música, essa. A letra é uma das mais inteligentes e sensíveis que conheço. Cantada pelo saudoso Gonzaguinha, então, era irresistível.
"Algum dia você se importou
Em saber se ela tinha vontade ou não
E se tinha, e transou
Você tem a certeza de que foi uma coisa maior para dois?
Você leu em seu rosto, o gosto, o gozo da festa
Que deixou que ela visse em você
Toda a dor do infinito prazer!
E se ela deseja e você não deseja
Você nega, alega cansaço ou vira de lado
Ou se deixa levar na rotina
Tal qual um menino tão só no antigo banheiro
Folheando as revistas, comendo as figuras,
As cores das fotos te dando a completa emoção
São perguntas tão tolas de uma pessoa
Não ligue, não ouça, são pontos de interrogação!
E depois desses anos, no escuro do quarto
Quem te diz que não é só o vício da obrigação
Pois com a outra você faz de tudo lembrando daquela tão santa
Que é dona do teu coração
Eu preciso é ter consciência do que eu represento
Nesse exato momento
No exato instante, na cama, na lama, na grama
Em que eu tenho uma vida inteira nas mãos
Eu preciso é ter consciência do que eu represento
Nesse exato momento
No exato instante, na cama, na lama, na grama
Em que eu tenho uma vida inteira nas mãos....

domingo, 23 de novembro de 2008

A noviça rebelde

O musical "A noviça rebelde" é desses que conquistam a gente para sempre. Enternece o coração e suaviza a vida. A história é tão linda e simples, que merece ser contada e cantada. E o formato de musical, para mim, é um atrativo a mais. Dá mais emoção e riqueza à história. Mistura dois elementos que só contribuem para aprimorar a experiência artística: a música e a dramaturgia. É fantástico! Adoro musicais. Eles têm um encanto todo especial, ao reunir harmoniosamente a beleza da música e o fascínio das histórias.
Não é à toa que "A noviça rebelde" já foi encenada nos quatro cantos do planeta. Além de tudo, também tem um fundo político. Não é uma peça desengajada. É corajosa e irreverente, romântica e atemporal. Agrada a todas as idades, raças, sexos, classes sociais e nacionalidades. É universal. Para quem ainda não foi, não deixe de ir. É imperdível e inesquecível.

Amigos

Duas provas de grande amizade tive nos últimos dias. É como diz a música: "Amigo, você é o mais certo das horas incertas." Como é preciosa a amizade! É, muitas vezes, o que nos dá conforto espiritual e maior resistência às contrariedades.
Hoje estava me sentindo particularmente deprimida. Estava chorosa, mesmo. E sou do tipo de pessoa que, quando começa a chorar, custa a parar. Até que no meio da tarde, um grande amigo, desses do peito mesmo, me liga. Que alegria! Ficamos juntos conversando, pelo telefone, cerca de quatro horas. Quanto assunto, quanta afinidade, quanta aprendizagem! Com um bom amigo, a gente sempre se reavalia e cresce, porque confia. Pode mostrar o melhor e o pior de nós, mas se sente em casa. O amigo fortalece nossa auto-estima e nos reconcilia conosco mesmos.
Outro dia, outro amigo me deu mais uma grande alegria, também. Mandou-me um presente de aniversário, quando eu menos esperava. Como não poderia deixar de ser, me deu um livro. Para mim, que amo os livros, não pode haver presente melhor. Pois uml ivro é um amigo, também, só que em forma de papel. Papel esse, claro, que foi escrito por outro ser humano, com angústias, sonhos, esperanças, dúvidas e crises. Mas que, por isso mesmo, nos ampara e nos ensina muito, no silêncio das noites.
O nome do livro? "Bartleby, o escriturário", de Herman Melville. Não vejo a hora de começar a ler.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Tempo de renovar

Obras em casa! É o que eu mais temia, e precisava também. Mas, depois de começar, é outra a realidade. Muita sujeira, poeira infinita, bagunça impressionante. Porém, é outro horizonte que se descortina. Inclusive figurativamente. A possibilidade de zerar tudo, numa reforma, dá outro ânimo à vida. E a gente melhora, pois vê a vida com outro olhar. O olhar do novo, do diferente, da eterna reinvenção. A gente muda também, quando faz uma reforma em casa. Muda por dentro, o que é sempre bem-vindo e imprescindível. Afinal, é a mudança que caracteriza a vida. O que é um órgão humano se não for o sangue que corre pelo interior? É nada. Mas um órgão pulsante é vivo, é pleno de possibilidades e está sempre pronto para modificar.
Viver é isso - ser transformado pela vida e transformá-la também. Nesse intercâmbio incessante dos seres vivos, quem ganha é quem aprende e contribui. Como dizia o falecido Roberto Marinho, "o único poder que me interessa é o poder de fazer." Falou e disse, mestre Marinho!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Delegacia

Ontem fui à delegacia dar parte de um furto. É estranhamente interessante a visita a uma DP. Lá, se tem contato com tantas histórias, de tipos tão diversos, que fazem pensar. Diria até que um lugar como esse é um cenário perfeito para mexer com a imaginação. São tantas histórias, é uma realidade tão nua e crua, que é praticamente impossível sair de lá da mesma forma com que se entrou. Há todos os tipos de atos humanos: roubos, furtos, mentiras, trapaças, crimes, delitos, morte, ameaças... o ser humano, enfim, em toda sua miséria e mesquinharia. Como já se constatou, o homem é uma raça que não deu certo. Na Natureza, ele é a única espécie que preda o seu semelhante. E isso não por questão de sobrevivência, necessariamente. Simplesmente, muitas vezes, pela tola necessidade de se afirmar, por um mero capricho, apenas. O homem é tão idiota que ataca a própria Natureza, sem sequer lembrar que faz parte dela.
Enfim... voltando à delegacia. Há desde o furto de carteiras de dinheiro e calotas de automóveis ao roubo de crianças. O nivelamento é enorme. Não é à toa que muitos autores de novelas ou livros buscam nas páginas policiais dos jornais matéria-prima para suas histórias. A sordidez pelo menos serve para alguma coisa mais construtiva. Afinal de contas, estrume também é adubo!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ato sem palavras, com Sérgio Brito

Uma jornada rumo ao self. É assim que classifico o resultado da peça "Ato sem palavras", encenada por Sérgio Brito, no Oi Futuro. É estupenda sua interpretação, em que usa apenas os gestos para transmitir as escolhas de um homem que precisa sobreviver na selva. Sérgio dá vida ao eterno conflito vivido pelo ser humano, sempre tendo que optar por alguma coisa e renunciar à outra. Ou, pior, se não escolher nada, termina sem nada, paralisado, vendo a vida e as oportunidades passarem.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Manoel Carlos

Estive em ótima companhia ontem, dia 17 de setembro. Ninguém menos que o autor de telenovelas, Manoel Carlos! Ele foi entrevistado no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil. E, como sempre, deu um banho de sensibilidade e uma aula de novela. Simpático, não deixou nenhuma pergunta sem resposta e foi muito franco e espontâneo nas suas palavras.
Para Manoel, o gênero telenovela é um sucesso. E, mesmo que repudiado pela grande maioria dos intelectuais (que, na opinião de Manoel, gostam, sim, de novela, mas mentem, dizendo que odeiam), nunca vai deixar de existir, mesmo com a forte concorrência da internet e da TV a cabo. Perguntado sobre o tema mais recorrente das suas novelas, Manoel foi categórico ao afirmar que o grande tema dramático da vida é a família, pois, para ele, "a relação familiar é muito complexa e problemática". E, dentro desse tema, também há o eixo fundamental de toda novela: a paternidade desconhecida, o "quem é o pai", capaz de segurar os telespectadores mais céticos.
E outra preferência de Manoel Carlos são as mulheres. São elas que dão ibope e fornecem assunto para as novelas. Ele diz ainda que "homem não dá novela, pois não fazem confidências, só desabafam se estiverem bêbados e nunca contam que foram traídos."
Sobre outra característica de suas novelas, o chamado merchandising social, ele não crê que ele, por si só, gere audiência. Mas que influencia bastante a sociedade, influencia. Manoel citou dois exemplos de merchandising social em suas novelas: o caso da neta Dóris que maltratava seus avós, o que acabou por favorecer a criação do Estatuto do Idoso, e o caso do marido que espancava a mulher com a raquete, na novela "Mulheres Apaixonadas", que favoreceu a divulgação da lei Maria da Penha, contra a violência doméstica.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Radio hits

Fui assistir a um show do Radio Hits. Essa é uma banda que toca as músicas mais tocadas em várias estações de rádio. E tocam mesmo! O som é ótimo, as músicas, bem dançantes e modernas, além de outras mais antigas, porém bem representativas da sua época. Vale a pena assistir! Beleza pura! Segue o vídeo do show, que aconteceu no dia 13 de setembro, no Café Etílico, no Rio de Janeiro.

domingo, 31 de agosto de 2008

Eu sou minha própria mulher

Acabei de assistir, esta noite, à peça "Eu sou minha própria mulher". Trata-se da história verídica de Charlotte Von Mahlsdorf, travesti alemã que viveu na Alemanha na época do nazismo e do comunismo. Muito interessante e humana, trata do transexualismo sem meias tintas e hipocrisia. É um monólogo, brilhantemente interpretado por Edwin Luisi, que dá vida à personagem tão polêmica mas também tão reverenciada, merecedora de uma medalha de honra pelos serviços prestados. A peça é um mergulho corajoso na vida de Charlotte, apresentando no final a chave do mistério desta personalidade tão rica.

sábado, 30 de agosto de 2008

Apresentação

Oi, pessoal. Meu nome é Malu Magalhães e sou jornalista e tradutora de inglês. Também sou escritora, embora sem ter publicado nada ainda. Mas tenho muitos escritos meus guardados, além de uma vasta biblioteca que não pára de crescer. Amo ler e escrever. Não posso pensar em um só dia sem fazer, pelo menos, uma dessas duas atividades. Pois lendo, melhoramos como seres humanos, ao nos reciclarmos constantemente, não só na técnica como no próprio amadurecimento emocional. E escrevendo, consolidamos nossa forma de pensar, ao mesmo tempo em que nos abrimos ao diálogo e a novas idéias. Por isso, estou criando este blog "esoumapassagem" pois é assim que vejo a vida humana. É uma passagem rica de experiências, ensinamentos, vivências e emoções. Mas apenas uma passagem, um caminho para outra dimensão, maior e ainda melhor. Na verdade, hoje estou particularmente inspirada após ter lido a notícia de uma macaca que fez andar um robô, apenas com a força do pensamento! Então, pessoal, vamos lá! Vou escrever aqui e esperar pela contribuição de vocês! Vamos fazer do esoumapassagem um canal de comunicação moderno, interativo e agradável. Boas falas! Malu Magalhães
Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2008

Compra e venda
Ontem, assisti a um episódio da série "Justiça sem limites", da TV a cabo. Um dos temas era a compra e venda de órgãos humanos. Na história, um milionário era processado porque queria comprar um pulmão de outra pessoa. No final do julgamento, ele era absolvido depois da defesa brilhante feita pela advogada vivida pela atriz Candice Bergen. Este assunto, o comércio de órgãos humanos, acaba me remetendo a outro, o comércio de pessoas. Que, por sua vez, me faz lembrar a música dos Beatles chamada "While my guitar gently weeps" (Enquanto minha guitarra toca suavemente, numa tradução livre). Nela, um dos versos diz claramente que "I don't know why someone controlled you, they bought and sold you" (não sei por que alguém lhe controlou, eles lhe compraram e lhe venderam). É isso aí, quando a pessoa, por algum motivo, se submete à vontade de outra, se vende à outra. E o comprador, claro, quando quiser também pode vendê-la, se desfazendo dela tal qual uma mercadoria.