domingo, 20 de maio de 2012

O corvo

Edgar Allan Poe foi um escritor do sombrio e do tenebroso. Como todo escritor, era a consciência da sociedade, apontando, sem meias verdades, tudo o que ia na alma humana. Ele acaba por se tornar alvo de um maníaco, que reproduz, na realidade, os crimes descritos na sua literatura. Esse tema já esteve presente no filme Instinto Selvagem, através da personagem Catherine Trammel, escritora cujos crimes na ficção eram transpostos para a vida real. Acaba por se tornar algo recorrente na ficção também, a ficção que vira realidade e a realidade que vira ficção, num moto contínuo. Mais uma vez, é o eterno jogo de vaivém entre a alma e o mundo, o mundo e a alma. Se aquela não se centrar, é tragada pelo mundo. Ou o contrário: também pode engoli-lo. Tudo vale a pena, se a alma não é pequena, já dizia o sublime Fernando Pessoa. Eu faria uma paráfrase: tudo vale a pena, se o mundo não é pequeno.

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